"São os passos que damos que nos fazem o caminho", foi o que ele disse quando lhe abri a porta. Não estava à espera de o ver e foi com absoluto encanto que o recebi.
Entrou em casa e não se quis sentar, pegou na minha mão e levou-me a correr até ao rio.
Águas calmas...Relva verde e macia...Dia limpo e solarengo... E uma leve brisa que parecia levar todos os nossos receios.
"Olha para mim." disse ele. Achei estranho aquele pedido porque olhar para ele era coisa que não tinha parado de fazer desde que o vira entrar em minha casa.
"Olha para mim...Não olhes para o que queres ver", foi nessa altura que percebi o pedido.
Olhei...fechei os olhos e abri o coração...e olhei...
Vi o mundo! O que antes era um homem desprovido de asas, vestido com um manto e com um sorriso brilhante, era agora "um tudo". Era um misto de alegrias e de mágoas, de verdade e de mentira, de luz e de escuridão.
Vi o seu profundo ser, conheci aquilo que as pessoas tentam esconder com medo de serem fracas...com medo que as inferiorizem...com medo que não as aceitem por conhecerem os seus dois lados.
Quis que ele conhecesse os meus e pedi-lhe que olha-se para mim, ele olhou-me nos olhos e disse "Eu ja conheço esse lado foi por isso que voltei"
Ninguém tem de ter vergonha do que é nem do que foi, é isso que nos torna gente. É através deste exercicio que sabemos quem está disposto a aceitar-nos e é por essas pessoas que não devemos ter medo. Porque apesar de tudo ainda há pessoas pelas quais vale apena lutar.
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